Desejo Sexual Feminino: Quando a Rotina, o Cansaço e o Medo de se Entregar Apagam o Prazer
- niviaserrapsi
- há 8 minutos
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Entenda como a Terapia Cognitivo-Sexual ajuda mulheres a redescobrir o próprio desejo e se reconectar com o prazer — mesmo depois de anos sem vontade.

1. A história da Maria: o desejo sexual feminino que adormece na rotina
Maria, 38 anos, casada há 12, mãe e profissional dedicada, contou em sessão que não sente vontade de fazer sexo a menos que o marido lembre disso.Disse com um certo peso:
“Eu amo meu marido, mas com a rotina agitada, trabalho, filhos e cansaço, não tenho interesse. E quando tenho um tempo, só quero descansar.”
Maria também revelou sentir desconforto com o sexo oral e receio de se sentir vulnerável.Não é falta de amor — é uma desconexão emocional e corporal que muitas mulheres vivem em silêncio.
O desejo sexual feminino, ao contrário do masculino, costuma ser contextual, emocional e relacional. Ele depende da sensação de segurança, da autoestima, do vínculo e da liberdade de se expressar sem medo de julgamento.
Na rotina exaustiva, com múltiplas tarefas e cobranças, o corpo entra em modo de sobrevivência — e o desejo perde espaço. O que era prazer, vira mais uma obrigação.
Desejo espontâneo e desejo responsivo: o que o DSM-V ensina sobre o desejo feminino
Durante muito tempo, acreditou-se que o desejo feminino era simplesmente “baixo” ou “inexistente”.O DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) trouxe uma visão mais ampla e justa: o desejo da mulher não é apenas uma questão biológica, mas uma resposta complexa entre mente e corpo.
O termo técnico é Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino, que une o antigo “desejo hipoativo” e a “disfunção da excitação”.Isso significa que a mulher pode ter:
Ausência de interesse ou pensamentos sexuais;
Falta de iniciativa ou resposta aos estímulos do parceiro;
Redução do prazer ou excitação durante a relação;
Dificuldade em sentir sensações genitais ou erógenas.
Mas o diagnóstico só se aplica quando há sofrimento significativo e persistente.Muitas vezes, o que existe não é um transtorno, e sim um bloqueio emocional.
O desejo espontâneo — aquele que surge do nada — tende a ser mais comum nos homens. Já o desejo responsivo, mais característico das mulheres, aparece depois que a intimidade e o clima emocional são ativados.
Portanto, quando uma mulher diz “não tenho vontade”, muitas vezes está dizendo “não encontrei ainda o contexto que desperta o meu desejo”.
Quando o medo da vulnerabilidade interfere no prazer
O caso da Maria mostra um padrão frequente: medo de se expor, vergonha do corpo e dificuldade em se entregar ao momento.Essas barreiras emocionais têm raízes profundas — muitas vezes na educação rígida, na repressão sexual feminina e nas experiências de crítica ou rejeição.
Mulheres que aprenderam a “controlar” o corpo e reprimir emoções podem ter dificuldade em se deixar levar pelo prazer. O medo de se sentir vulnerável transforma o ato sexual em algo racional, mecânico, sem entrega.
A relação com o sexo oral é um bom exemplo.Para algumas mulheres, ele representa exposição, entrega e perda de controle — o oposto da sensação de segurança emocional que o desejo feminino precisa para florescer.
O prazer não acontece no corpo sem a permissão da mente.E a mente, quando cheia de medo, culpa ou vergonha, bloqueia o caminho da excitação.
O impacto da rotina, do cansaço e da banalização do sexo
Pesquisas apontam que mais de 24% dos homens e 38% das mulheres já relataram queda de desejo sexual em algum momento da vida. Entre elas, o cansaço, o estresse e os conflitos conjugais estão entre as causas mais comuns.
Nos relacionamentos de longa duração, é comum a rotina transformar o sexo em mais uma tarefa.A falta de tempo, a sobrecarga mental e o distanciamento emocional fazem com que o erotismo perca espaço.
Além disso, a banalização do sexo — nas redes, na pornografia e na cultura da performance — também enfraquece o desejo.Quando o prazer vira obrigação ou espetáculo, o contato autêntico se perde.
O erotismo precisa de curiosidade, de presença, de mistério.E quando a mulher vive sobrecarregada, o desejo se esconde atrás do dever.
O papel da Terapia Cognitivo-Sexual no resgate do desejo
A Terapia Cognitivo-Sexual trabalha justamente na integração entre mente, corpo e emoção.O objetivo é reconstruir o caminho entre o pensamento e o prazer, promovendo autoconhecimento e segurança emocional.
Durante o processo terapêutico, a mulher aprende a:
Identificar pensamentos disfuncionais sobre o sexo (“não sou sexy”, “não mereço prazer”);
Compreender como o estresse e o perfeccionismo impactam a resposta sexual;
Redescobrir estímulos eróticos sem culpa;
Ampliar o contato com o próprio corpo e as sensações;
Desenvolver comunicação aberta e assertiva com o parceiro.
É possível desenvolver o erotismo, mesmo que ele nunca tenha sido uma característica natural.A psicoeducação e o reforço positivo ajudam a mulher a se conectar com seus próprios estímulos, redescobrindo o prazer de forma gradual e respeitosa.
Como afirmam estudos na área da terapia sexual, “o aumento do erotismo é também o aumento da vitalidade da mulher”.
Desejo não é falta de amor — é falta de espaço interno
Maria não deixou de amar o marido. Ela apenas se perdeu entre as demandas da vida, o medo da vulnerabilidade e o cansaço emocional.Ao longo da terapia, aprendeu que o desejo não é um dom, mas um reflexo da qualidade da relação consigo mesma.
O desejo é uma linguagem — e, quando o corpo silencia, é porque algo precisa ser ouvido. Muitas mulheres acreditam que “não têm libido”, quando, na verdade, não têm tempo nem segurança emocional para senti-la.
Com o apoio da Terapia Cognitivo-Sexual, é possível reconstruir essa ponte.O prazer feminino não nasce da cobrança, mas da liberdade.E quando a mulher se permite sentir, o corpo responde — não por obrigação, mas por reconexão.
O despertar do desejo é também o despertar de si
O Desejo Sexual Feminino é mais do que uma questão de libido — é uma questão de presença, identidade e liberdade. Quando a mulher começa a se olhar com curiosidade e afeto, o prazer deixa de ser um mistério e se torna um caminho de autodescoberta.
A Terapia Cognitivo-Sexual ajuda a mulher a se libertar das culpas, das crenças antigas e do medo de se entregar.É um convite a se reconectar com o próprio corpo, com o prazer e com a vida.
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