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Por que ele(a) me traiu?

  • Foto do escritor: niviaserrapsi
    niviaserrapsi
  • 7 de nov.
  • 5 min de leitura

Quando o amor vira um espelho que revela o que você não queria ver

Por que ele(a) me traiu

Há dores que não cabem em palavras — e a da traição é uma delas. Ela chega como um terremoto silencioso: nada explode por fora, mas tudo desaba por dentro.

Você olha para aquela pessoa, para aquela história, para todos os gestos e planos, e se pergunta — quase sem fôlego — “Por que ele(a) me traiu?” Como alguém que dizia amar pode romper o que parecia tão sólido? Como o amor pode coexistir com a mentira?

Essas perguntas não nascem apenas da curiosidade, mas da necessidade de encontrar sentido no caos. E quando o sentido não vem, o coração tenta fabricar respostas que aliviem o peso.


O choque de descobrir o que não parecia possível

A traição nunca acontece só no corpo. Ela acontece na mente, na história, na forma como você passa a olhar para si mesmo.

Você se lembra das vezes em que o defendeu, das vezes em que o(a) protegeu, das conversas em que juraram sinceridade. Cada lembrança ganha outro contorno.Aquilo que antes era carinho, agora parece farsa.Aquilo que antes era rotina, agora parece sinal.

A mente revisita tudo — como se, em algum momento, pudesse encontrar o erro exato que fez o amor desandar.

Mas a verdade é que o que mais dói não é o que ele(a) fez. É quem fez. É o fato de ter vindo justamente de quem você acreditava que nunca seria capaz disso.

E é aí que a pergunta volta, implacável:“Por que logo ele(a) me traiu?”


O espelho que devolve a nossa própria imagem

Há algo de cruel e revelador na traição.Ela não mostra apenas o outro — mostra você.Mostra o quanto você acreditava no que construiu.Mostra o quanto você se entregou, o quanto idealizou, o quanto esperou reciprocidade.

E, de repente, tudo o que era “nós” vira um “eu” ferido, tentando juntar os cacos de uma confiança que não existe mais.

O traído busca respostas no comportamento do outro, mas a maior parte da dor vem do impacto interno.É o ego ferido, o orgulho dilacerado, a sensação de ter sido trocado, substituído, desvalorizado.

E o pensamento não para:“Se ele(a) me traiu, é porque eu não fui suficiente.”“Se ele(a) me traiu, é porque o amor acabou.”“Se ele(a) me traiu, é porque encontrou algo melhor.”

Mas nada disso é verdade absoluta.A traição, muitas vezes, fala mais sobre quem trai do que sobre quem foi traído.Fala de faltas internas, de fugas, de tentativas confusas de preencher o vazio.


A pergunta que não cala: “Por que ele(a) me traiu?”

A mente busca causas racionais para um ato que nasce de impulsos emocionais.Às vezes, o traidor quer fugir de si mesmo.Quer sentir de novo algo que perdeu dentro da relação — ou dentro de si.Outras vezes, é o medo da intimidade verdadeira, a incapacidade de sustentar a própria vulnerabilidade.

Nem sempre há falta de amor.Mas há falta de maturidade emocional.Há medo de olhar para o que está doendo.Há dificuldade de conversar sobre o que não está funcionando.

A traição é, muitas vezes, uma tentativa de reencontrar a liberdade que se perdeu dentro da rotina — ainda que o preço seja alto demais.

E quem é traído paga junto.Porque quando um trai, dois sangram.


O antes e o depois

A descoberta da traição é uma fronteira: há uma vida antes e outra depois dela.

Antes, havia segurança, estabilidade, pertencimento.Depois, há dúvidas, raiva, vergonha, medo.

Você começa a se perguntar se conhece de fato quem está ao seu lado.Se o amor foi real ou apenas uma invenção da sua esperança.Se o que construiu ainda tem valor.

É nesse ponto que muitos se perdem — entre a vontade de ir embora e o desejo de que tudo volte a ser como era.Mas nada volta a ser como era.Porque, depois da traição, até o amor precisa nascer de novo.


O que a traição faz com quem é traído

Ela abala a autoestima, distorce a percepção de si, e faz o amor-próprio entrar em coma.Muitos passam a desconfiar de tudo, inclusive de si mesmos.“Como eu não percebi?”“Como fui tão ingênuo(a)?”“Como pude acreditar?”

O traído se culpa por não ter visto, e isso é cruel.Mas a cegueira não é sinal de burrice — é sinal de confiança.E a confiança é o que torna o amor possível.

Você não errou por confiar.Quem errou foi quem confundiu confiança com oportunidade de enganar.


A ilusão do controle

Buscar entender “Por que ele(a) me traiu?” é, muitas vezes, uma tentativa de retomar o controle.Se eu entender o motivo, talvez eu consiga evitar que aconteça de novo.Mas a verdade é que o controle é ilusório.Nem sempre a traição é previsível ou evitável.

O que você pode controlar é o que faz com isso agora.A forma como escolhe lidar com a dor, com a raiva e com a necessidade de seguir em frente.

A cura não vem de descobrir o porquê.Vem de se reconstruir mesmo sem o porquê.


O peso da idealização

A traição também revela o quanto idealizamos o outro.O quanto enxergamos não quem ele(a) é, mas quem gostaríamos que fosse.

É doloroso admitir, mas às vezes a imagem que criamos é mais perfeita do que a realidade poderia sustentar.E quando a realidade aparece — crua, contraditória, imperfeita —, o choque é inevitável.

Muitos casais constroem uma narrativa de perfeição para esconder o que está desajustado.E nessa tentativa de parecerem “o casal ideal”, acabam se afastando do que é real.

O amor maduro não é o que evita conflitos, mas o que tem coragem de olhá-los de frente.


Reconstruir não é esquecer

Alguns decidem tentar recomeçar. Outros, seguir em frente sozinhos.Mas, em qualquer caminho, há um ponto comum: a necessidade de reconstruir-se emocionalmente.

Reconstruir não é fingir que não doeu.É reconhecer que doeu — e ainda assim escolher viver algo diferente.

A confiança pode até ser abalada, mas o amor-próprio pode renascer.E é nesse renascimento que o perdão, se acontecer, deixa de ser fraqueza e se torna liberdade.


Quando a terapia se torna o caminho

A dor da traição pode parecer infinita, mas não precisa ser eterna.Na terapia, é possível compreender o que a infidelidade representa — não apenas como ato, mas como sintoma.Sintoma de carências, de repetições, de padrões inconscientes que atravessam as relações.

A Terapia de Casal oferece um espaço seguro para entender as motivações, os silêncios e as falhas de comunicação que antecederam o rompimento.Já a Terapia Individual ajuda a quem foi traído(a) a recuperar o próprio valor, resgatar a autoconfiança e sair do ciclo de culpa.

É o início de uma nova história — não com o outro, mas consigo mesmo.


E, no fim, a resposta que você procura

Talvez você nunca descubra exatamente por que ele(a) te traiu.Mas, com o tempo, essa pergunta perde o poder que tinha.Porque a vida vai te mostrando que a traição diz sobre o outro, mas a reconstrução diz sobre você.

E é isso que importa.O que você faz com o que fizeram com você.A forma como decide se levantar, mesmo com o coração remendado.

Há beleza em quem, depois de uma dor tão grande, ainda escolhe acreditar no amor — inclusive no próprio.

Psicóloga Nivia Serra - CRP 05/50281 especialista em terapia de casal, relacionamentos e sexualidade.

Atendimento online para brasileiros de todo o Brasil e do mundo ou presencial no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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