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A dor de ser traído(a): por que algumas traições doem mais que outras

  • Foto do escritor: niviaserrapsi
    niviaserrapsi
  • 6 de nov.
  • 5 min de leitura
a dor de ser traído

Quando a dor da traição ultrapassa a razão

A dor de ser traído(a) é uma das experiências emocionais mais devastadoras que alguém pode viver. Ela atravessa o corpo, embaralha os pensamentos e abala as certezas mais profundas — especialmente quando o amor ainda existe.Mas o que faz com que algumas traições doam mais do que outras?Por que certas pessoas conseguem seguir em frente, enquanto outras sentem que o chão se abriu sob os pés?

A traição não é um evento isolado. Ela é o ponto de impacto de uma história, de uma confiança construída e de uma identidade compartilhada. Quando ela acontece, não é apenas o vínculo com o outro que se rompe — é também a conexão com a própria imagem, com aquilo que se acreditava ser dentro da relação.


A tentação de classificar: o que dói mais?

É quase irresistível tentar organizar a dor da infidelidade em uma hierarquia — imaginar que assistir a pornografia seria uma infração “leve”, que receber uma massagem com final feliz seria um “meio termo”, e que uma relação extraconjugal completa seria o “pior dos cenários”.Mas essa tentativa de graduar as traições raramente ajuda quem está ferido(a).

A legitimidade da dor não se mede pela magnitude da afronta.

Há pessoas que sofrem mais com uma mensagem trocada do que outras que enfrentam uma traição física.O que realmente define a intensidade da dor é a história emocional que antecede a infidelidade — e as feridas que ela desperta.


O choque vem em graus diversos

O impacto da infidelidade não é proporcional à duração ou à frequência da traição. Ele é proporcional ao significado que ela tem para quem a vive.Alguns casais desmoronam diante de uma breve aventura; outros sobrevivem a anos de segredos.O choque vem em graus diversos, e o que destrói uma pessoa pode ser tolerável para outra.

É incrível observar como algumas pessoas reagem a revelações devastadoras com aparente serenidade, enquanto outras desabam ao descobrir fantasias ou conversas sem envolvimento físico.Isso acontece porque cada um possui amplificadores e amortecedores emocionais próprios — elementos que intensificam ou suavizam a dor da traição.


Amplificadores e amortecedores emocionais: o que intensifica ou alivia a dor de ser traído(a)

A pesquisadora Brené Brown explica que, diante de um evento chocante, nossas emoções são a primeira tentativa de entender a dor.Certos fatores funcionam como amplificadores, aumentando a sensação de sofrimento, enquanto outros atuam como amortecedores, oferecendo proteção emocional.

Amplificadores da dor da traição

  • Expectativas elevadas sobre o parceiro ou o relacionamento;

  • Histórico de rejeição, abandono ou infidelidade prévia;

  • Falta de comunicação e intimidade emocional;

  • Estresse financeiro, dependência afetiva ou isolamento social;

  • Situações vulneráveis (gravidez, doença, luto, desemprego).

Amortecedores emocionais

  • Rede de apoio segura (amigos, família, terapia);

  • Autoestima fortalecida e senso de identidade;

  • Espiritualidade ou fé que ajude a ressignificar a dor;

  • Clareza emocional sobre o estado da relação antes da crise;

  • Apoio profissional, como a terapia de casal ou terapia individual.

Esses fatores não apagam a dor, mas influenciam profundamente a forma como ela é processada.Eles determinam se o sofrimento se transforma em aprendizado ou em ressentimento.


Como cada pessoa sente e reage à infidelidade

A dor de ser traído(a) é pessoal e intransferível.Ela depende da história emocional, das expectativas e das vivências anteriores de cada indivíduo.A mesma traição pode gerar reações completamente diferentes.

Quem tem medo de rejeição pode sentir que a traição confirma sua falta de valor. Já quem valoriza o controle pode viver a infidelidade como humilhação e perda de poder. Assim, a dor não está apenas no ato do outro, mas no que esse ato desperta dentro de quem foi traído(a).


A infidelidade acontece dentro de uma rede de conexões

A infidelidade não começa no momento da traição — ela se desenvolve dentro de uma rede de conexões emocionais. Muitas vezes, o afastamento, o silêncio e a falta de diálogo antecedem a quebra da confiança. Ela é o resultado de uma série de pequenas desconexões não resolvidas.

Para alguns, a infidelidade confirma um medo antigo: “Não sou amável o suficiente”. Para outros, destrói a imagem idealizada do parceiro: “Eu tinha certeza de que ele(a) não era desse tipo”.Por isso, a história da infidelidade começa muito antes da ofensa crítica.


A qualidade da relação antes da crise faz diferença

A forma como o casal vivia antes da traição é determinante. Casais com comunicação aberta e empatia podem suportar melhor o impacto. Já relacionamentos marcados por ressentimentos e distância emocional tornam a dor mais destrutiva.

Quando existe espaço para diálogo, a crise pode ser uma oportunidade de crescimento. Mas quando o vínculo já estava fragilizado, a infidelidade apenas revela um acúmulo de frustrações.

A qualidade da relação anterior à crise sempre tem um grande papel.

Reconhecer isso ajuda a entender o que pode — e o que não pode — ser reconstruído.


O papel da terapia na dor de ser traído(a)

A terapia de casal é um espaço seguro para compreender o que a traição representa emocionalmente para cada um.O foco não é apontar culpados, mas entender o que aconteceu, o que foi ferido e o que ainda pode ser transformado.


Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), trabalhamos:

  • Os pensamentos automáticos que alimentam o sofrimento (“nada era real”, “fui enganado(a)”, “nunca mais vou confiar”);

  • A reestruturação cognitiva — substituindo crenças de desamparo por pensamentos mais realistas e funcionais;

  • O desenvolvimento da empatia e da escuta ativa;

  • A reconstrução da confiança por meio de ações concretas e consistentes.

A terapia não é sobre esquecer.É sobre compreender, sentir e reconstruir — dentro dos limites e possibilidades de cada casal.


O que a traição desperta em você?

Nos primeiros atendimentos, é comum que o(a) traído(a) diga apenas: “Está doendo demais”.Mas essa dor pode vir de diferentes emoções:

  • Vergonha: “Como eu não percebi?”

  • Rejeição: “Não fui suficiente.”

  • Humilhação: “Todo mundo vai saber.”

  • Indignação: “Como ele/ela pôde fazer isso comigo?”

Entender qual sentimento domina o seu sofrimento é o primeiro passo da cura.É o que Brené Brown chama de “encontrar o ponto em que a faca gira” — a emoção que mantém a ferida aberta.Somente ao nomear o que dói é que se pode começar a curar.


Transformando a dor em aprendizado e reconstrução

A dor de ser traído(a) pode parecer insuportável no início.Mas, com tempo e apoio, ela pode se tornar uma oportunidade de crescimento emocional.A reconstrução não significa esquecer o que aconteceu, e sim resgatar a capacidade de confiar — primeiro em si, depois no outro.

Os amortecedores protetivos — apoio emocional, espiritualidade, autoconhecimento e terapia — fortalecem o processo de cura.Eles ajudam a transformar a traição em um ponto de virada, não em uma sentença de dor eterna.


A dor de ser traído(a) não define o seu valor

Nenhuma traição tem o poder de diminuir o valor de quem foi traído(a).Ela fala mais sobre as escolhas do outro do que sobre o seu merecimento.Entender isso é libertador.

A terapia ajuda a resgatar a autoconfiança e o senso de dignidade, permitindo que o amor próprio ocupe novamente o espaço que a dor deixou.A ferida pode cicatrizar — e, muitas vezes, a cicatriz se transforma em força.


Reconstruindo a confiança com ajuda profissional

Se você está vivendo a dor de ser traído(a), saiba que não precisa enfrentar esse processo sozinho(a).Com acolhimento e orientação profissional, é possível compreender o que aconteceu, elaborar o trauma e decidir com clareza os próximos passos.

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