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Vingança após a traição: por que devolver a dor não cura a ferida que ficou

  • Foto do escritor: niviaserrapsi
    niviaserrapsi
  • há 7 dias
  • 5 min de leitura

A verdadeira batalha depois da infidelidade não é contra o outro — é contra o que ele deixou dentro de você.

vingança após a traição

O desejo de ferir de volta

Toda pessoa que já foi traída sabe: existe um momento em que a dor é tão funda, tão quente, tão ácida, que parece impossível respirar sem sentir a ferida pulsando.

É o momento em que pensamentos como esses aparecem:

  • “Ele destruiu a minha paz. Eu quero destruir a dele.”

  • “Ela me trocou. Então agora sou eu quem decide quando acaba.”

  • “Eu quero ver ele sofrer. Só isso.”

  • “Por que só eu fico aqui carregando essa dor?”

  • “Se eu fizer igual, eu recupero meu valor.”

Esses pensamentos são humanos.Legítimos.E completamente compreensíveis.

No capítulo Traindo o Traidor, de Casos e Acasos, essa ferida fica escancarada: a mulher traída se debate dentro do próprio desespero, querendo encontrar um jeito — qualquer jeito — de recuperar o controle. Ela tenta humilhar de volta. Ela pensa em trair de volta. Ela tenta manipular de volta.

Nada disso dá paz. Nada disso “desfaz” a dor. E nada disso devolve o que foi perdido.

Mas, no calor da traição, a promessa da retaliação parece quase irresistível.

É aí que nasce o tema central deste texto:a vingança após a traição — um caminho que parece libertar, mas aprisiona ainda mais.

Este texto vai te acompanhar nessa dor. Vai falar com você onde ninguém costuma falar: no lugar onde o coração, a raiva e a dignidade quebrada brigam entre si.

E vai te mostrar, pela lente da Terapia Cognitivo-Comportamental, por que a vingança é um retorno ao trauma — não uma saída dele.

Prepare-se.Este não é um texto leve.É um texto honesto.


Quando a traição implode a identidade

As pessoas acham que traição dói por causa do ato. Não é por isso. Traição dói porque mexe na sua identidade.

Você não pensa apenas:“Ele me traiu.”

Você pensa:“Ele me traiu… o que isso diz sobre mim?”

E é isso que faz o chão abrir.

No capítulo do livro, vemos exatamente isso:não é só dor — é colapso de significado.

Cenas internas aparecem assim:

  • “Eu era suficiente ontem. Hoje não sou mais?”

  • “Tudo o que eu fiz não valeu nada?”

  • “O que ela tem que eu não tenho?”

  • “Como ele conseguiu destruir a nossa vida em minutos?”

Esses pensamentos ferem mais que a traição em si.

E quando a identidade é machucada, a mente procura desesperadamente um caminho de restauração.

É aí que a vingança aparece.


O nascimento do impulso de vingança

A TCC explica isso de maneira clara:diante de um evento emocionalmente traumático, o cérebro tenta encontrar uma ação rápida que recupere o senso de poder.

A vingança é exatamente isso:uma tentativa imediata de anestesiar a dor através do controle.

Ela diz frases como:

  • “Eu vou mostrar que ninguém pisa em mim.”

  • “Eu vou devolver tudo na mesma moeda.”

  • “Eu não vou ser a única a perder aqui.”

  • “Se ele me traiu, eu também posso.”

Esses pensamentos criam a ilusão de força.

Mas a ilusão dura pouco.

Porque a vingança nasceu da dor, não da escolha.

Ela não fortalece. Ela reage. Ela te coloca na posição de espelho da outra pessoa.

No capítulo, isso fica evidente:a personagem age movida por tempestade interna, não por direção. Ela quer punir. Quer expor. Quer que o outro sinta.

Mas a retaliação não devolve dignidade.Ela arranca mais um pedaço dela.

A vingança após a traição

Aqui vai a parte que ninguém quer ouvir, mas todo mundo precisa:

**A vingança não é sobre o outro.

É sobre a sua dor tentando sair do seu corpo.**

A traição cria um acúmulo de emoções intensas:

  • Raiva

  • Vergonha

  • Desvalorização

  • Humilhação

  • Medo

  • Desespero

  • Perda de controle

A mente, sufocada, encontra na vingança um tipo de “alívio de curto prazo”.É quase fisiológico.

Mas a TCC mostra que:

O alívio da vingança dura horas. A culpa e o vazio duram meses. A autopercepção distorcida dura anos.

A vingança te conecta eternamente à ferida. Ela te prende ao agressor. Ela te mantém vivendo a traição repetidamente.

É o oposto da cura.


A dor que volta para você

O capítulo Traindo o Traidor mostra isso brilhantemente. A mulher que tenta retaliar percebe que:

  • A raiva continua.

  • A dor continua.

  • A sensação de perda continua.

  • O vazio continua.

Ela não se sente mais forte.Sente-se ainda mais quebrada.

Porque a vingança não devolve poder — devolve ruminação.

A frase que melhor define esse processo é:

“Você trai o traidor, mas não deixa de ser traído.”

A ferida continua aberta.


O que a Terapia Cognitivo Comportamental faz que a vingança não faz

A Terapia Cognitivo-Comportamental trabalha em outra direção.

Não é sobre revidar. Não é sobre engolir seco. Não é sobre esquecer. Não é sobre “seguir em frente rápido”.

É sobre reconstruir a identidade depois da queda.

O trabalho inclui:

✔ Identificar pensamentos automáticos (“não sou suficiente”, “ele me destruiu”)

✔ Regular emoções intensas sem explodir

✔ Recuperar autoestima real

✔ Diferenciar dor de culpa

✔ Devolver responsabilidade ao traidor

✔ Reconstruir limites internos

✔ Fortalecer autonomia emocional

✔ Sair da posição de reatividade

A TCC te devolve algo que a vingança nunca devolverá:

autoria da própria história.


A pergunta que realmente importa

A maioria chega no consultório perguntando:

  • “Devo perdoar?”

  • “Devo me vingar?”

  • “Devo retribuir?”

  • “Devo ir embora?”

Mas a pergunta central — a que o capítulo sugere invisivelmente — é:

Quem eu quero me tornar depois desta dor?

Porque é isso que determina o caminho.

O traidor escolheu quem ele quis ser. Agora você escolhe quem será depois da ferida.

E essa escolha define tudo.


O fim da vingança e o começo da reconstrução

A fase final do texto precisa ser dita com honestidade:

**Você não quer vingança.

Você quer justiça, dignidade e reparação.**

Só que você não recebe isso ferindo de volta.Recebe isso:

  • Estabelecendo limites

  • Encarando a realidade da relação

  • Reconstruindo sua identidade

  • Fortalecendo sua autonomia emocional

  • Tratando o trauma de forma consciente

  • Tomando decisões a partir da clareza, não da dor

Esse é o caminho da Terapia Cognitivo-Comportamental.Esse é o caminho da real libertação.

A vingança após a traição é um grito da dor. Uma ilusão de força. Uma tentativa desesperada de recuperar aquilo que foi tirado sem o seu consentimento.

Mas a cura não está em devolver o golpe. Está em reconstruir o que foi ferido dentro de você.

E ninguém precisa fazer isso sozinho.


Vamos juntos resolver?

Se você está preso(a) nessa espiral de dor, impulsos, dúvidas e pensamentos que te consomem…

A Terapia Cognitivo-Comportamental pode ser o primeiro passo para retomar sua vida.

Atendo casais e atendimentos individuais

🌎 Online para brasileiros no mundo todo

📍 Ou presencial no Recreio dos Bandeirantes –Rio de Janeiro, RJ

Psicóloga Nivia Serra – CRP 05/50281

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