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Filhos Adultos que Atrapalham o Relacionamento: o Desafio de Padrastos e Madrastas na Vida a Dois

  • Foto do escritor: niviaserrapsi
    niviaserrapsi
  • 10 de nov.
  • 6 min de leitura

Quando os filhos adultos que atrapalham o relacionamento se tornam motivo de tensão — e como a terapia de casal pode ajudar

filhos adultos que atrapalham o relacionamento

Há momentos em que o amor entre duas pessoas precisa enfrentar provas que não vieram de dentro da relação, mas de fora.Um desses desafios acontece quando filhos adultos — biológicos ou enteados — ainda não se estabeleceram na vida, permanecendo dependentes emocional ou financeiramente dos pais.

O casal, que sonhava viver uma fase de tranquilidade, passa a conviver com tensões constantes, interferências e disputas de espaço e de atenção.A casa que deveria ser um refúgio se torna palco de conflitos e ressentimentos.


O que acontece quando o filho adulto não amadurece

Ser pai ou mãe é uma experiência intensa e profunda. Durante muitos anos, a rotina gira em torno das necessidades dos filhos: escola, saúde, alimentação, segurança, afeto.Mas chega um momento em que o papel muda — o filho cresce, e é hora de aprender a andar com as próprias pernas.

O problema é que nem todos conseguem.

Alguns filhos adultos continuam emocionalmente presos aos pais, repetindo comportamentos de dependência que já deveriam ter sido superados.Outros não se estabilizam financeiramente, vivem em ciclos de empregos temporários, relacionamentos conturbados e decisões impulsivas.E há ainda aqueles que, por dificuldades emocionais, não assumem responsabilidade pela própria vida, esperando que o pai ou a mãe resolvam tudo.

Quando essa situação se prolonga, o casal acaba pagando o preço.

O parceiro que não é o pai ou a mãe passa a sentir que há sempre um “terceiro elemento” interferindo no relacionamento — alguém que demanda tempo, energia e dinheiro.Enquanto isso, o pai ou mãe se vê dividido entre o amor pelo filho e a necessidade de proteger o novo relacionamento.


O impacto na vida conjugal

Quando há um filho adulto que atrapalha o relacionamento, os efeitos aparecem em várias áreas da convivência.

1. Conflitos financeiros

A ajuda constante — seja no aluguel, nos estudos, nos gastos pessoais ou até em dívidas — acaba gerando discussões.O parceiro que não é o pai ou a mãe se sente injustiçado: “Por que o nosso dinheiro está sendo usado para sustentar alguém que já deveria se manter sozinho?”E o pai ou mãe, por outro lado, sente culpa: “Como posso virar as costas para o meu filho?”.

Essa tensão financeira abala a confiança e o senso de parceria.

2. Ciúme e competição emocional

Quando o filho adulto exige atenção constante, o parceiro pode se sentir preterido.É como se o amor fosse disputado — e o casal entra em um ciclo de comparações e ressentimentos.

A convivência fica pesada, porque o companheiro não consegue se sentir prioridade e o pai ou mãe vive dividido entre a relação e a culpa.

3. Perda da intimidade e do espaço

Filhos adultos que moram junto com o casal ou frequentam a casa de forma invasiva tiram o sossego e a privacidade.O casal deixa de relaxar, conversar à vontade ou viver momentos de intimidade.Com o tempo, a relação esfria, e ambos passam a sentir que a casa já não é deles.


O papel delicado de padrastos e madrastas

Quando o filho adulto é enteado, a situação se torna ainda mais delicada.Padrastos e madrastas enfrentam um limite muito fino entre o cuidado e a interferência.

Por um lado, tentam compreender e acolher; por outro, sentem o peso de conviver com alguém que não respeita regras, gera conflitos e abalos emocionais.

É comum que o padrasto ou madrasta seja acusado de “não gostar do filho”, quando, na verdade, está apenas tentando proteger o espaço conjugal.

Muitas vezes, essas pessoas se sentem sozinhas, incompreendidas e até culpadas por desejarem distância daquele enteado que já é adulto, mas se comporta como um adolescente.

O que precisa ficar claro é que não é falta de empatia, é limite emocional saudável.Todo casal tem o direito de preservar a própria vida íntima, o lar e o tempo de qualidade a dois.


Quando o amor vira campo de batalha

Casais que vivem esse tipo de situação tendem a discutir pelos mesmos motivos.As falas se repetem, os sentimentos se acumulam, e a relação vai se desgastando.

A cada nova crise provocada pelo filho adulto, um tenta se justificar, o outro se defende — e o diálogo vira acusação.

“Você não entende que ele é meu filho!”“E você não entende que eu não aguento mais essa situação!”

Essas frases, tão comuns em consultório, mostram o quanto o problema não está apenas no filho, mas na forma como o casal lida com ele.Sem perceber, os dois entram em lados opostos e o verdadeiro adversário passa a ser o próprio ressentimento.


A origem do problema: dependência e culpa

Grande parte dos pais que mantêm filhos adultos em dependência emocional ou financeira não o fazem por descuido, e sim por sentimentos confusos — medo, culpa, compaixão ou a necessidade de se sentirem úteis.

Muitos pais e mães acreditam que amar é “nunca deixar faltar nada”.Mas amor sem limite vira sobrecarga, e ajuda sem responsabilidade impede o amadurecimento.

Incentivar a independência é, na verdade, um ato de amor maduro.Filho a gente cria no tempo que tem que criar, oferecendo oportunidades, mas também ensinando a lidar com as frustrações da vida adulta.

Quando o filho adulto não aprende a se sustentar emocionalmente, ele passa a se apoiar nos pais de uma forma que drena a energia da relação conjugal.O resultado é um casal cansado, dividido e sem espaço para si mesmo.


A importância dos limites

Colocar limites não significa rejeitar o filho — significa ensinar que ele é capaz.

O casal precisa alinhar as regras e decisões:

  • Até que ponto o apoio financeiro será mantido?

  • O filho pode morar junto? Por quanto tempo?

  • Quais comportamentos não são mais aceitáveis dentro da casa?

Esses combinados precisam ser claros e respeitados por ambos.Se um diz “sim” e o outro “não”, o conflito será inevitável.

Quando o casal fala a mesma língua, o filho percebe consistência e tende a amadurecer.Quando há contradição, ele se apoia no mais permissivo — e o desequilíbrio volta.


Quando é hora de procurar ajuda

Chega um ponto em que o casal percebe que já tentou de tudo, mas nada muda.As conversas acabam em briga, o clima em casa é tenso e os sentimentos de irritação e impotência aumentam.

É aí que a Terapia de Casal se torna essencial.

Através da abordagem Cognitivo-Comportamental, o casal aprende a:

  • Identificar pensamentos disfuncionais, como culpa excessiva ou crenças de que “ajudar é amar”;

  • Melhorar a comunicação, para que os dois expressem suas emoções sem se atacarem;

  • Criar estratégias de limites realistas, equilibrando empatia e firmeza;

  • Reforçar o vínculo conjugal, lembrando que o casal precisa estar unido para lidar com o mundo externo.

A terapia ajuda a transformar o foco: em vez de lutar um contra o outro, o casal aprende a enfrentar o problema juntos.


Um novo olhar sobre o papel dos pais

Pais que amam demais, mas têm dificuldade de soltar os filhos, sofrem silenciosamente.É como se deixar o filho se virar sozinho fosse sinônimo de abandono — quando, na verdade, é o maior presente de autonomia que se pode oferecer.

É importante compreender que cada geração vive um tempo, mas a responsabilidade pela vida adulta é individual.Manter um filho dependente é aprisioná-lo — e também aprisionar a si mesmo.

O casal precisa resgatar o propósito do relacionamento: o que desejam construir juntos daqui pra frente?Que tipo de parceria querem manter?

Só quando essas perguntas são respondidas com sinceridade é que o amor ganha espaço novamente.


Como fortalecer o casal diante desse desafio

Algumas atitudes práticas ajudam a recuperar o equilíbrio:

  1. Estabeleçam regras claras de convivência com o filho adulto — horários, contribuições, respeito mútuo.

  2. Definam juntos os limites financeiros. Ajudar é válido, mas sem comprometer a vida do casal.

  3. Priorizem o tempo a dois. Reencontrem o prazer de estarem juntos, sem o peso das preocupações.

  4. Pratiquem a escuta empática. Antes de reagir, procurem entender o que o outro sente.

  5. Evitem colocar o filho como foco da relação. Ele é parte da história, mas o casal é o centro do vínculo conjugal.

Essas atitudes não eliminam o problema de um dia para o outro, mas mudam a dinâmica e devolvem ao casal o poder de decisão sobre a própria vida.


Terapia de Casal: reconstruindo o equilíbrio

A Terapia de Casal é um espaço seguro para reorganizar os papéis e criar novas formas de convivência.Em sessões conduzidas com base na Terapia Cognitivo-Comportamental, o casal é incentivado a observar:

  • Quais pensamentos estão alimentando a culpa e a raiva;

  • Como expressar sentimentos sem acusações;

  • Como reforçar o vínculo amoroso diante dos desafios familiares.

O processo terapêutico não tem o objetivo de “culpar” o filho, mas de fortalecer o casal, para que consiga agir com clareza, equilíbrio e amor firme.


É possível amar sem se anular

Amar um filho não significa viver para ele. Amar é ensinar, apoiar e, principalmente, permitir que ele caminhe sozinho.

Quando o casal entende isso, a relação ganha leveza.Deixa de ser um campo de batalha para se tornar um espaço de parceria e compreensão.

A maturidade emocional não está em resolver tudo pelo outro, mas em saber que cada um precisa construir o próprio caminho.

💬 Se você sente que os filhos adultos que atrapalham o relacionamento estão abalando o vínculo do casal, saiba que existe uma saída.A Terapia de Casal com a Psicóloga Nivia Serra – CRP 05/50281 pode ajudar vocês a reencontrarem o respeito, o amor e a tranquilidade que a convivência familiar merece. Atendimento online ou presencial no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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