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Como me perdoar por ter vivido um relacionamento tóxico: a dor de quem ficou e a força de quem quer seguir

  • Foto do escritor: niviaserrapsi
    niviaserrapsi
  • 4 de jul.
  • 4 min de leitura

Você não errou por ter amado — mas pode estar se punindo por ter permitido tanto. Está na hora de se libertar dessa culpa.

Como me perdoar por ter vivido um relacionamento tóxico
Como me perdoar por ter vivido um relacionamento tóxico

Você sabia que a dor que mais machuca nem sempre é a que o outro causou?Às vezes, a ferida mais profunda é aquela que deixamos em nós mesmos.

“Como eu permiti aquilo?”“Como aguentei tanto tempo?”“Por que eu não saí antes?”“Eu me traí.”“Eu nunca mais vou confiar em mim.”

Essas frases ecoam na mente de quem já viveu um relacionamento tóxico e sobreviveu. Sim, sobreviveu — porque a experiência pode deixar marcas invisíveis, que se manifestam como trauma, culpa, vergonha, tristeza profunda e uma autocrítica cruel.

Neste texto, vamos falar sobre:

  • O que faz alguém permanecer em uma relação tóxica;

  • O impacto psicológico disso;

  • Como surge a culpa e a dificuldade de se perdoar;

  • E, principalmente, como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ser a chave para se reconectar com a sua história — com menos julgamento e mais compaixão.


1. Por que ficamos tanto tempo em algo que nos fazia mal?

Porque a mente tenta sobreviver antes de tentar entender.Relacionamentos tóxicos nem sempre são ruins desde o início. Na maioria das vezes, começam com afeto, admiração, promessas, conexão. E é essa imagem idealizada que a mente tenta resgatar quando tudo começa a desmoronar.

Motivos comuns que mantêm alguém em um relacionamento tóxico:

  • Medo da solidão ou do abandono;

  • Crença de que o amor exige sofrimento;

  • Baixa autoestima e sensação de que “é o que mereço”;

  • Apego à imagem do que o outro foi no começo;

  • Ciclos de manipulação emocional (gaslighting, culpa, chantagem);

  • Falta de referências de relações saudáveis (por exemplo, pais conflituosos ou ausentes);

  • Esperança de que o outro mude (mesmo diante de todos os sinais de que não vai mudar).

Ninguém permanece porque gosta de sofrer. Permanece porque, naquele momento, a dor do rompimento parecia ainda maior do que a dor de continuar.


2. O trauma após a saída: quando a dor muda de lugar

Depois do fim, quando a poeira baixa, vem o baque emocional.

Você pode até estar fora do relacionamento, mas continua preso(a) a ele emocionalmente:

  • Revivendo conversas e brigas na mente;

  • Se questionando onde foi que se perdeu;

  • Tentando entender por que tolerou tanto;

  • Se sentindo fraco(a), burro(a), ridículo(a).

Esse é o momento em que a dor muda de direção. Deixa de ser sobre o outro — e vira um ataque direto contra si mesmo(a).

E é aí que muitas pessoas ficam travadas no perdão. Não no perdão ao outro — mas no perdão a si mesmas.


3. Quando a vítima se transforma em algoz de si mesma

“Eu devia ter percebido antes.”“Eu aceitei tudo isso.”“Eu fui fraco(a).”

Esses pensamentos parecem justos. Mas são distorcidos — e profundamente injustos.

Você não estava no seu melhor estado emocional. Você foi manipulado(a), condicionado(a), talvez até isolado(a). Você foi treinado(a) a se desconectar de si. Como então você poderia ter se defendido com clareza?

A culpa pós-relacionamento tóxico é um dos principais sintomas de quem sofreu abuso emocional ou psicológico. Ela vem acompanhada de vergonha, raiva de si e desconfiança nas próprias escolhas.


4. O que está por trás da dificuldade de se perdoar?

  • Perfeccionismo emocional: acreditar que você deveria ter sido mais forte ou mais inteligente.

  • Distorções cognitivas: ver tudo em preto e branco, ignorando nuances (“ou eu sou forte, ou sou burro(a)”).

  • Falta de compaixão consigo mesmo(a): tratar-se como inimigo(a), e não como alguém que precisa de acolhimento.

  • Autoabandono aprendido: a tendência de se culpar é um reflexo da forma como você foi ensinado(a) a lidar com erros.


5. Como se libertar da culpa com ajuda da terapia

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma aliada poderosa para quem quer se perdoar, se reconstruir e resgatar sua autoestima depois de um relacionamento tóxico.

Com a TCC, você aprende a:

  • Identificar os pensamentos automáticos de culpa e autocrítica;

  • Reconhecer os padrões de comportamento que te mantinham preso(a);

  • Reconstruir sua identidade sem as marcas deixadas pelo outro;

  • Criar uma nova narrativa sobre sua história — com verdade, maturidade e compaixão;

  • Desenvolver habilidades para relacionamentos mais saudáveis no futuro.

A terapia não apaga o que aconteceu.Mas ela muda o que você carrega.


6. Você não errou por ter amado. Mas pode escolher se amar agora.

Se perdoar é assumir que você merece seguir em frente sem carregar os escombros de um passado que já acabou.

Não significa esquecer.Não significa dizer que tudo foi “ok”.Significa dizer: “Eu mereço deixar essa dor ir. Eu mereço viver o hoje sem medo de mim.”


7. Quando é hora de buscar ajuda?

  • Quando a culpa não passa, mesmo depois de meses ou anos;

  • Quando você sente que não confia mais nas suas escolhas;

  • Quando não consegue se abrir para novas relações;

  • Quando sente vergonha ao lembrar da relação passada;

  • Quando se critica em excesso por tudo que viveu.

Esses são sinais de que há algo interno pedindo acolhimento. E você não precisa dar conta disso sozinho(a).


Se você sente que ainda não conseguiu se perdoar por tudo o que viveu, talvez seja hora de olhar para isso com mais carinho, mais profundidade — e com apoio profissional.

🧠 A terapia pode ser o espaço onde você aprende a reconstruir a relação mais importante da sua vida: a que tem com você.

📍 Atendimento online para brasileiros no mundo todo

📍 Presencial no Recreio dos Bandeirantes – RJ

👩‍⚕️ Psicóloga Nivia Serra – CRP 05/50281

Você não precisa mais se punir por ter tentado amar.Agora é hora de se cuidar. Vem comigo!

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