Ciúme no Relacionamento: Quando a Dor da Traição Desperta Feridas Antigas
- niviaserrapsi
- há 7 dias
- 4 min de leitura
Como o ciúme no relacionamento se mistura com inveja, perda de controle e idealização após uma traição

O ciúme no relacionamento é um dos sentimentos mais envergonhados da experiência humana. Ninguém gosta de admitir que sentiu medo de perder o outro, que comparou seu valor ao de alguém, que entrou em uma espiral de pensamentos obsessivos — muitas vezes irracionais — tentando entender “o que a outra pessoa tem que eu não tenho”.
Mas quando existe traição, esse ciúme parece ganhar vida própria. Ele não é apenas uma emoção passageira; ele se torna quase uma identidade, um estado mental que invade horas, dias, semanas. A pessoa traída, sente-se ocupada, invadida nos seus pensamentos, dominada por imagens, hipóteses, cenas que não consegue controlar.
E essa invasão mental não tem a ver apenas com o que aconteceu no presente.Ela toca pontos muito mais profundos.
Ciúme e inveja: duas dores que se misturam
Uma verdade essencial:o ciúme fala da perda; a inveja fala da comparação.Mas quando há traição, essas duas emoções se entrelaçam de forma quase indissociável.
No ciúme, existe:
o medo de perder o parceiro
o pânico de ser substituído
a percepção de ameaça
Na inveja, existe:
a comparação silenciosa
o sentimento de ser “menos”
a dor narcísica de não ser escolhido
A pessoa traída não sofre apenas pela infidelidade.Ela sofre por ter sido preterida.
Esse ponto, que muitas pessoas não têm coragem de admitir, é frequentemente o epicentro da dor da traição.
A transgressão que corrói a identidade
No trecho, a personagem diz:
“A questão não é tanto o fato de ele ter cometido uma transgressão, mas o fato de eu ter transcendido.”
Ou seja — não é apenas a traição em si, mas tudo o que ela desperta sobre si mesmo:a ferida da inadequação, a dúvida sobre o próprio valor, a sensação de ser invisível, trocado, esquecido.
É nesse momento que o ciúme no relacionamento deixa de ser uma emoção normal e se torna um estado traumático.
O cérebro apaixonado e a química da obsessão
A rejeição amorosa ativa áreas do cérebro semelhantes às da dependência química.
Por isso a pessoa traída:
pensa obsessivamente no que aconteceu
revive mentalmente a cena
compara-se com o rival
busca respostas que não existem
tenta controlar o incontrolável
A traição, especialmente quando envolve idealização do amante, funciona como uma ruptura que reabre todas as outras rupturas antigas — as do passado, da infância, dos vínculos anteriores.
O eco de feridas que nunca foram curadas
Outra frase:
“Como um efeito rebote ao longo do tempo, uma ruptura no presente pode desencadear o eco de todas as rupturas do passado.”
Isso significa que o ciúme atual não é apenas sobre o parceiro.É sobre cada momento em que o amor foi sentido como algo:
frágil
inseguro
ameaçador
condicional
Quando a pessoa sente que pode ser substituída, todo o sistema emocional entra em alerta máximo.
Quando o ciúme vira autodestruição
Se comparar, se diminuir, se sentir “ocupado” mentalmente pela traição.
Esse é o ponto mais perigoso do ciúme no relacionamento:quando ele se volta contra a própria pessoa.
Ela passa a acreditar que não é suficiente, que perdeu porque era inadequada, que algo nela precisava ser diferente para ser amada.
É exatamente nesse ponto que começa o colapso da autoestima.
Ciúme, trauma e sobrevivência emocional
O ciúme pós-traição é traumático porque:
ameaça o senso de segurança
ameaça a história construída
ameaça a imagem que a pessoa tinha do parceiro
ameaça a identidade emocional do casal
A mente tenta desesperadamente encontrar lógica no que aconteceu, mas não encontra. Então ela cria narrativas:
“Ele me trocou porque eu não era suficiente.”“Ela escolheu o outro porque eu perdi o valor.”“Se eu fosse mais… talvez isso não tivesse acontecido.”
Essas interpretações são cruéis — e falsas.Mas são automáticas.
O caminho para voltar a confiar
“O que vai ser necessário para que eu volte a confiar?”
E aqui está a resposta terapêutica:
Compreender a própria dor — não fugir dela.
Separar fato de fantasia — porque o trauma distorce o pensamento.
Reconstruir a autoestima — recuperar a identidade que ficou fraturada.
Criar novos acordos com o parceiro — se o casal decide continuar.
Ter acompanhamento profissional — porque feridas desse tipo não se curam sozinhas.
A dor da traição não passa com o tempo — ela passa com compreensão, acolhimento, reconstrução e novos acordos internos.Você não precisa tentar “ser forte” enquanto sua mente está exausta, seu corpo está em alerta e sua autoestima tenta se reorganizar.
Eu estou aqui para te ajudar.
Sou Psicóloga Nivia Serra – CRP 05/50281, especialista em terapia de casal e terapia cognitivo-sexual, e posso te acompanhar nesse processo de reconstrução emocional, seja para restaurar o vínculo ou para restaurar você.
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O primeiro passo para a cura é ter alguém ao seu lado.
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